Benefícios da Fisioterapia no tratamento Conservador do Lipedema

Veja como a fisioterapia pode auxiliar no controle da doença

Fisioterapeuta Carine Perius

10/13/20243 min read

O lipedema é uma doença crônica e progressiva do tecido conjuntivo, que afeta aproximadamente 10% da população feminina no mundo. No Brasil, estima-se que 5 milhões de mulheres sofram com essa doença.

O diagnóstico do lipedema é majoritariamente clínico, mas exames complementares podem ser solicitados pelo médico para avaliar o grau de comprometimento vascular, muscular, do tecido fascial e do sistema linfático.

Alguns sinais e sintomas são esperados em pessoas com lipedema, como:

  • Desproporção entre tronco e membros;

  • Sensibilidade à pressão e ao toque;

  • Hematomas e equimoses frequentes;

  • Sensação de peso e cansaço nas pernas;

  • Nódulos de gordura palpáveis;

  • Edema / inchaço nas pernas ou braços;

  • Sinal de garrote (acúmulo de gordura acima dos tornozelos);

  • Pés livres de edema (em casos mais avançados o edema pode estar presente);

  • Dificuldade em ganho de massa magra;

  • Volume dos membros inferiores e superiores responde pouco à dietas de emagrecimento;

Além da displasia e hipertrofia dos adipócitos - aumento de gordura de forma desordenada - o lipedema cursa com alterações no sistema linfático - sistema responsável por auxiliar na absorção do líquido - por isso, uma das queixas de quem possui lipedema é a sensação de peso nos membros. A fragilidade capilar é outra característica frequente, estima-se que aproximadamente 40% das pessoas com lipedema tenham algum grau de comprometimento do sistema venoso, por isso que a avaliação com médico vascular é fundamental.

Alterações músculo-esqueléticas também são esperadas. Dificuldade no ganho de massa magra, alterações posturais e do sistema articular podem aparecer em fases avançadas.

O papel da fisioterapia no tratamento conservador do lipedema

A fisioterapia auxilia a reduzir os sintomas do lipedema, uma vez que atua sobre diversos gatilhos que aumentam a inflamação, atuando dentro dos principais pilares do tratamento no lipedema.

Controle da Dor e Inflamação:
Um dos objetivos principais do tratamento é a modulação da inflamação. A fisioterapia possui recursos tecnológicos que proporcionam a modulação do processo inflamatório do lipedema, diminuindo o estresse oxidativo e a dor.

Diminuição de edema:
Através de drenagem linfática manual, pressoterapia pneumática intermitente, prescrição e adaptação de meias compressivas e vestimentas, a fisioterapia consegue aliviar os sintomas e prevenir a piora do quadro.

Melhora do tônus muscular:
Exercícios de fortalecimento, utilização de recursos como plataforma vibratória, eletroestimulação podem ser recursos a ser inseridos dentro do tratamento do lipedema, visando melhorar a funcionalidade e prevenção de complicações do lipedema.

Recursos para tratamento da flacidez tecidual:
Após a fase de diminuição do processo inflamatório, podem ser inseridos recursos tecnológicos para melhorar a flacidez tecidual.

Estratégias de autocuidado:
O lipedema é uma doença crônica, por isso estratégias de cuidado são essenciais para o controle da doença. A fisioterapeuta pode apresentar orientações de cuidados com a pele, técnicas para serem utilizadas em casa para modular a inflamação, melhorar o sistema linfático e auxiliar na absorção de edemas.

A fisioterapia desempenha um papel fundamental no manejo do lipedema, proporcionando alívio dos sintomas, melhora da qualidade de vida e prevenção de complicações. Através de um tratamento individualizado e multidisciplinar, é possível controlar a doença e permitir que as mulheres com lipedema tenham uma vida mais ativa e independente. É importante ressaltar que o tratamento fisioterápico deve ser contínuo e associado a outras medidas, como alimentação equilibrada e prática regular de atividade física.

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Este texto possui caráter informativo e não substitui uma consulta com médico ou fisioterapeuta.